3 de abril de 2013

Aquela realidade!

Eu acho que esse texto ficou com ideias meio fixas e muitas pessoas podem discordar, ou seja, ele é meio "polêmico". Na verdade eu não concordo exatamente com o que a personagem diz (a personagem não sou eu, obviamente), eu só peguei uma ideia minha e exagerei ela um pouco fazendo ela ser muito radical. . . O texto ta meio grande mas vocês aguentam ler ele. . . Pra quem não aguenta, só digo que esta no blog errado!
Uma dica: leiam esse texto analisando as ideias da personagem, afinal, eu não vou explicar as ideias dela, e sim algumas frases que eu achei que o sentido ficou meio aberto.
Esse texto fala de algumas filosofias sobre a nossa existência, porem, mais direcionado ao universo e não a realidades mentais, enfim. . .

Aquela realidade
Quando eles diziam que tudo tinha começado de uma forma tão inusitada quanto uma estrondosa, magnífica e inexplicável explosão e ria de suas mentes cobertas e recheadas de imaturidade, afinal, essa era a explicação mais sensata que suas mentes mais brilhantes poderiam formular. Qualquer outra resposta estava fora de cogitação, pois não possuía nexo nenhum com o que realmente aconteceu. Eles queriam saber e ainda hoje querem, como o tudo que hoje eles conhecem começou; e isso eu posso responder. . .
Eu sei o que eles sentem. . . Eles não sabem como e porque passaram a existir, e sofrem por não saber isso. Alguns preguiçosos e conformistas se ampararam na primeira explicação que encontram, sem nem saber se é verdade, amparados pela resposta de que ninguém conhece a verdade ainda para aquelas perguntas afiadas que dizem “mas por que vocês acreditam nisso?”.
Vocês são medrosos para enfrentar a verdade e se amparam também naquela resposta por ser tão confortável quanto a imortalidade garantida, porque, tem um medo horrendo de acreditar que o fim realmente existe. Eu vou ser mais direta a partir de agora... Tudo que todos vocês digam sobre a suas teorias para explicar como o tudo de vocês começou estão completamente erradas e é isso que importa realmente.
Sou tão leiga quanto vós, leigos. Não sei como o meu tudo começou, mas sei como o de vocês passou a existir. Creio que vos responder como tudo começou não vai adiantar muito, pois vocês juntaram-se a mim, perguntando eternamente como o meu tudo começou, com uma pergunta irrespondível, porque todos aqueles que poderiam nos responder jamais nos contariam.
A uma infinidade de anos atrás, tão longínqua que seja impossível de ser descrita sua data até mesmo com o menor dos números negativos, nasceu o meu universo e não o de vocês. Por um motivo desconhecido que assombra somente a minha existência, nasceu minha civilização. Ela teve sua era pre-histórica, igualmente a vocês atualmente, mas, mesclando a sua imperfeição com seu oposto, construiu um império incondicionalmente extraordinário. Eles, e não “nós”, dominavam todo o universo, desde as estrelas aos buracos negros, e sabiam todos os conhecimentos possíveis, desde o que era a menor coisa do universo até como passamos a existir. Eles tinham todas as formulas possíveis, incluindo a formula da imortalidade, a única pela qual tive tempo de ser contaminada. Tudo era perfeito e não existia mais nada para se descobrir ou fazer, podia-se dizer que eles estavam desesperadas por algo novo, obcecado pelo desejo que qualquer planeta gira-se de forma diferente, do que eles já haviam planejado, mas isso era impossível.
Pode-se dizer que, quando todos estão em “perigo”, surge sem um motivo aparente, um verdadeiro herói, independente de suas formas de salvar todos, sendo ou salvando a mocinha, ou matando-a... Não poderia ser diferente, com a minha civilização. Por mais inteligentes que eles todos fossem, quem imaginaria, que um dia tão perfeito e comum, um ser qualquer ousaria dar um fim definitivo a vida de um outro ser qualquer imortal?
Ainda hoje não entendo o que aconteceu para que logo após o “assassinato da história” ouve-se um pânico indescritível pelas ruas, que não podia resultar em outro fim, se não mais e mais mortes. Parecia que todos queriam o tempo todo se libertar das regras perfeitas e depois daquele grande “líder”, todos passaram a ter coragem suficiente para causar um colapso em nossa civilização. Todos estavam determinado a morte de outras até tornar a situação realmente crítica... Mas porque tão sábios e idiotas?
Não poderia ter sido escolhido um rei melhor que aquele que governava nossa civilização. Encarando todos aqueles animais se destruindo, ele resolveu mudar seu estado de espírito de calmo e sensato para completamente desesperado e descontrolado. Chantageou nossa civilização por séculos destrutivos com uma maquina que, dizia ele, ter potência suficiente para explodir todo o universo.
E foi nesta época tão “perfeita” que eu nasci. Eu havia aprendido a falar recentemente quando fui trancada em uma grande nave espaçosa junto de todos os meus mais queridos pertences e um computador certamente pré-histórico, sozinha.
Sem uma explicação plausível para mim naquela época eu vi tudo do lado de fora consumir-se em chamas, num mero segundo. Só fui entender depois o que havia acontecido graças a inúmeros vídeos feitos por meus pais que explicavam todos os conhecimentos que aquela civilização possuía, que provavelmente eram tantos que, por mais infinito tempo de vida que eu tivesse, jamais terminaria de ver todos.
Eu vi com meus próprios aparelhos visuais o nada. Era como se eu estivesse dentro de uma esfera espelhada que diminuía com uma lentidão hipnotizante. Mas nada existia ao meu redor, nem as chamas diferentes que haviam destruído o universo. Não sei explicar direito o que aconteceu quando aquela esfera estava bem pequena, porque pareceu que ao tocar a parede da minha nave ela aumentou sua velocidade e engolia com uma velocidade cada vez maior a minha nave, até que ela pode engolir o meu computador e eu jamais teria como saber como minha civilização nasceu ou o que é morrer ou existir. O mais estranho é que ela não me engoliu gradativamente, mas sim unicamente, rapidamente e sem uma mínima dor, se não o medo de não saber que destino eu teria. Aquilo foi como entrar em um espelho liquido. Quando finalmente abri os olhos, eu estava ainda sentada no chão da nave mas com a minha frente invertida, comparando com a frente do lado que eu estava sentada antes. Tudo estava “invertido” e ainda dentro da nave, como se nada houvesse acontecido antes. O computador ainda estava ali e eu notei que estava todo intacto, incluindo os vídeos de meus pais.
Se eu não tivesse sido atraída pela janela como um inseto por uma lâmpada acesa, poderia ter visto cerca de mais dez vídeos, mas fiquei horas observando inutilmente aquela paisagem tão impressionante e hipnotizante, o que não me trouxe nenhum lucro.
Aquele espelho estava crescendo cada vez mais e eu notei que conforme se expandia, tornava-se mais escuro, até chegar ao ponto de tornar-se completamente negro. As horas perdidas aprendendo sobre coisas que não existiam mais na tela de um computador pré-histórico, me impediam de ver as mudanças que aquele “espelho” sofria e aprender cada vez mais sobre a existência de tudo. Perdi horas preciosas que poderiam explicar como aquele “espelho negro” havia adquirido tanta distancia recheada por delicados pontinhos brilhantes ao fundo.
Logo quando notei o outro lado da nave já possuía a mesma paisagem incrivelmente bela e contrastantemente simples. Não demorou muito e nuvens coloridas, diferentes de pequenas estrelas, apareceram naquela paisagem com formas e cores exóticas.
Para minha infelicidade e castigo, fui proibida de conseguir mais conhecimentos sobre o seu passado e sobre a realidade que não existira mais, quando o antigo computador teve seu tempo de funcionalidade esgotado. Eu não cheguei nem a saber alguma coisa sobre a morte ou sobre a explicação do que significa existir, muito menos, saber como o meu tudo começou.
Eu não tinha um porque para existir, se não, repassar meus conhecimentos para outras civilizações, mas eu jamais encontrei alguma que os merece-o, muito menos todos vocês, seres pre-historicos bárbaros que possuem um ponto de vista que difere muito de qualquer coisa que minha civilização, símbolo de perfeição, construiu.
Tenho extremas duvidas sobre se vocês conseguirão alguma coisa parecida com algo que minha civilização criou, porque seus limites não  estão distantes de vocês, muito pelo contrario, estão sobre suas cabeças e abaixo de seus narizes, mas mesmo que vocês não consigam evoluir tanto quanto minha civilização, espero que não levem isso como um castigo, mas sim como uma benção, pois se auto destruir por ser grande demais é o maior castigo, simplesmente por perder tudo que criou com tanto sacrifício e tempo.
Vocês são novos e sem nenhum tipo de conhecimento sobre a verdadeira realidade, já que vivem mergulhados em um sonho eterno, sem ter a mínima vontade de se despertar dele e abrirem seus olhos para a verdade, ainda tem muito tempo, assim creio, para mudarem e melhorarem, e quem sabe, algum dia, vocês realmente mereçam saber os segredos daquela realidade que não existe mais.




Comentários sobre o texto:

O "eles" que a personagem se refere no primeiro paragrafo, eu acho que não preciso explicar  mas somos nós... humanos. Ainda no primeiro paragrafo, ela zomba da nossa teoria do universo ter começado com o Big bem, mas ela também diz, que aquela era a nossa melhor teoria, descartando todas as outras que podiam explicar como o universo começou.
No quinto paragrafo, ela diz " . . .eles, e não nós. . .", na verdade, com "eles" ela quis dizer somente as outras pessoas da sua civilização, excluindo ela por ter rancor deles.
No final do texto ela cita que nós estamos mergulhados em um "sonho eterno", o que ela quis dizer na verdade poderia ser trocado por "sonho infantil", mas eu quis deixar um ar de drama. 
Tem muitas criticas nas entre linhas desse texto, principalmente nos parágrafos em que ela se refere a nós e não a sua historia de vida. . .
Agora cabe a vocês, lerem esse texto de novo e analisarem os segredos que eu escondi nas palavras da personagem. . . Boa sorte!


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